O tempo parece ser propício para o bom sentimento religioso. Há um espírito de alegria, a mensagem é animadora. E contra isso em si não temos queixa. O evangelho é uma mensagem bem positiva. É uma mensagem de salvação e de redenção uma palavra de graça e de alegria. Mas não é uma graça barata, nem uma alegria fácil. E é exatamente aqui que me encontro ansioso com o espírito religioso de nossos dias um espírito que embrulha e vende o "evangelho" como se faz com óleo de cobra, um remédio de charlatão de rápida ação, que cura tudo e nada exige. Como certa vez observou C. S. Lewis, o evangelho no final das contas é bastante confortador, mas não se inicia assim. A palavra de Cristo no começo nos desfaz em pedaços num desmascarar doloroso de nossos pecados (veja Romanos 13), depois com amor e cuidado nos torna inteiros de novo (Salmos 51:8). O evangelho é livre, mas não é fácil. Não há nascimento sem dores de parto, não há liberdade sem disciplina, não há vida sem morte, não há "sim" sem "não". É nesse espírito que se escolheu o tema desta edição da revista. Não para levantar um eterno "Não", mas para reconhecer que a vida em Cristo tem inimigos mortais que têm que ser resistidos sem compromisso.
O que Paulo quer dizer com a "carne"? Será que os homens receberam duas naturezas na criação uma má e outra boa? Ou será que pelo pecado de Adão entrou no homem alguma perversidade profundamente arraigada? A resposta a essas duas perguntas é um inequívoco "não". Quando Deus criou o homem, este foi declarado completamente "bom" (Gênesis 1:31). Todo homem que pecou desde Adão até os nossos dias não o fez por necessidade, mas por livre escolha. Os homens pecam porque querem (Eclesiastes7:29). Não somos espirituais nem carnais por natureza, mas somos capazes das duas coisas, e, como seres humanos, temos de escolher entre esses dois caminhos e nos responsabilizar por nossa escolha.
Publicado por: Paul Earnhart

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